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sábado, 17 de novembro de 2012

ESPORTE NA MÍDIA - Campeonato Baiano escancara falta de organização e apoio ao futebol feminino na Bahia


Só a paixão pelo futebol faz com que as atletas de times baianos continuem tendo a esperança de praticar o esporte que movimenta bilhões de reais em sua categoria masculina, mas é deixado de lado quando as protagonistas são as mulheres. 


Centenas de meninas, que saem de suas cidades e sonham em chegar ao nível do ícone do futebol feminino brasileiro, a atacante Marta, deparam-se com um mundo de dificuldades e muita má vontade em apoiar o esporte aqui na Bahia. Faltam clubes, patrocínios e, neste ano, o Campeonato Baiano quase não aconteceu.

É em meio a este cenário desolador que as atletas e seus técnicos tentam promover a modalidade no estado. "Qualquer atleta de futebol feminino é apaixonada. Quem não gosta não consegue. É muito complicado", afirma a meia Fabiana Miguel, da equipe do São Francisco do Conde. 

O treinador da equipe baiana, Mário Augusto, também concorda com a jogadora. "A mulher joga por amor. O jogador masculino a gente sabe que o lado financeiro sempre joga mais forte. Quando o salário atrasa um pouco, já ameaça não jogar, não treina. No feminino não", compara o técnico da equipe, que já foi coordenador das divisões de base do Galícia e Ypiranga no futebol masculino.

Ba-Vi em baixa

No Ba-Vi do futebol feminino, o Bahia tem três títulos entre 1989 e 1991, mas é o Vitória que ainda mantém um time. "A gente nota que todo torcedor de Bahia e Vitória ficaria feliz se o time tivesse uma equipe", afirma Mário. Sem o rival no torneio, o Leão não investe a sério na modalidade. Treinando duas vezes por semana, as atletas não conseguem viver da ajuda de custo do clube. Para piorar, o rubro-negro não vai participar do Campeonato Baiano deste ano.


"Tenho batalhado pelo futebol feminino. O departamento amador se preocupa muito com vôlei, basquete, remo...", critica Raimundo Barbosa, técnico do futebol feminino do Vitória. Outros times, como o Flamengo de Feira, campeão em 1986, 1987, 1988, 1998 e 2000, e o Dias D'Ávila, também enfrentam dificuldades.

São Francisco eleva futebol feminino baiano

Entre 2001 e 2011, foram dez títulos conquistados no Campeonato Baiano, três terceiros lugares na Copa do Brasil,  12 atletas convocadas para a Seleção Brasileira e mais três disputando a Copa Africana de Nações por Guiné Equatorial. Os números do São Francisco do Conde são impressionantes e representam o sucesso do modelo adotado pelo clube para manter o futebol feminino. "Levamos esse projeto para a Prefeitura de São Francisco do Conde em 2000. Isso provou que existe futebol feminino na Bahia e que outras prefeituras precisam dar apoio ao esporte" afirma Mário.

A equipe baiana recebe uma verba da Prefeitura para quitar sua folha de pagamento. Isso permite que algumas atletas não precisem de outra ocupação e possam se dedicar apenas ao futebol, como é o caso da zagueira Marluce, conhecida como Viola. Ela treina três vezes na semana, mesmo quando não há competições, mas reconhece que a Bahia está atrás de times paulistas. "Elas se preparam mais do que a gente: o físico, o jeito de jogar. Elas passam de segunda a sábado treinando", compara.

Baianas campeãs na África

Mesmo com muitas dificuldades, a diretoria do São Francisco consegue exportar atletas e somar 12 convocações para a Seleção Brasileira em dez anos. No último domingo (11), três atletas - a zagueira Drica, a meia Zilmara e a goleira Miriam - foram  campeãs da Copa Africana de Nações atuando pela Seleção de Guiné Equatorial. Outras quatro jogadoras de clubes brasileiros também estavam na equipe.

As parcerias na área da educação também resultam em bolsas para as jogadoras do time. "Com o prestígio que nossa equipe tem, faculdades e escolas nos procuram em busca de atletas para darem bolsas e representarem a instituição", conta Mário. Ele conta que, além das atletas que estão em faculdades da Bahia, mais duas, Rafaelle e Mirela, partiram para os Estados Unidos, onde ogam futebol e representam suas faculdades.

Fonte: Jornal Metrópole.

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